PIX - O Futuro do Mercado Financeiro Chegou
- Expresso UFC

- 4 de nov. de 2020
- 6 min de leitura
Confira as mudanças que essa novidade trará tanto para os consumidores quanto para os empreendedores e MEIs brasileiros.
Por: Jeferson Falcão

A nova forma de pagamentos instantâneos, PIX, entrará em funcionamento no dia 16 de novembro de 2020. Desenvolvida pelo Banco Central, a novidade está em fase de testes desde o início do ano. TEDs e DOCs poderão ser substituídos por essa nova tecnologia do mercado financeiro brasileiro, pois, ao contrário das formas antigas, ele não cobrará tarifas para pessoas físicas e funcionará 24 horas por dia e 7 dias por semana, incluindo feriados.
O que é o PIX?
Gerenciada pelo Banco Central, essa ferramenta de transferência monetária instantânea e eletrônica busca ser uma revolução à frente do TED e do DOC.
Através dele, pessoas físicas e jurídicas poderão realizar essas transferências durante 24 horas, de domingo a domingo e em menos de 10 segundos. A transferência é realizada por meio do aplicativo bancário de cada pessoa, não necessitando de um programa adicional. A transação acontece por meio de uma conta corrente, poupança ou até mesmo uma conta pré-paga.

Para Diogo Tribuzi, bancário há 16 anos em São Luiz, Maranhão, esse avanço tecnológico é benéfico tanto para os bancos quanto para o cliente.
“Eu vejo a tecnologia e a inovação tecnológica como algo necessário para aproximar as pessoas, globalizar ainda mais o mundo dos negócios, deixar mais ágil e isso é muito bom para o banco, isso é muito bom para os bancários, para o cliente, a segurança da tecnologia, a segurança digital…”
Segundo Diogo, essa imersão no meio digital ajudará a diminuir o fluxo de pessoas nas agências e será algo bom tanto para o cliente, quanto para as agências e os bancários. “A ‘bancarização’ dos clientes, que faz os clientes utilizem mais os meios digitais, isso pra gente é muito bom, isso desafoga a rede de agências isso faz o mundo ser muito mais negocial, enfim é benéfico pra todo mundo”
O bancário afirma, ainda, que grande parte de ações mais fáceis realizadas nos bancos poderiam ser facilmente executadas através de meios digitais, porém ainda existe um medo na utilização desses serviços virtuais.
“Nós diariamente tentamos fazer isso, tentamos ensinar isso, né?! E ainda há por muitas pessoas um medo, uma aversão ao meio digital. Elas querem estar lá no banco, querem ir pro atendimento presencial, sendo que muitas coisas mais fáceis a gente consegue fazer pelo meio digital, mas isso é uma questão cultural, o Brasil está caminhando para um mundo mais digital e a minha expectativa é que a gente consiga evoluir com segurança no mundo digital.", diz Tribuzi.
É seguro utilizar o PIX?
Diogo Tribuzi afirma que é seguro. Isso se deve às pessoas especializadas que cuidam da segurança da plataforma.
Para realizar o cadastro da chave do PIX é necessário que haja um intermédio de um banco ou alguma conta digital, mas de maneira fácil, para que, até mesmo quem não tem conhecimento sobre o internet banking conseguirá realizar esse cadastro da chave.
“O processo digital ele é muito seguro, todos os bancos trabalham muito em tecnologia e segurança, então o cliente que vai ter acesso ao PIX já tem acesso às contas digitais, ao internet banking, já sabem manusear, sem contar que os bancos eles são responsáveis pela segurança digital do cliente também.”
Os cuidados para utilizar o PIX continuam sendo os mesmos que já são ensinados pelas agências e bancários.
“Óbvio que o cliente tem que continuar mantendo aqueles padrões de segurança que é não fornecer senha nem dados bancários pra ninguém à toa e o banco também cumpre com sua parte, caso tenha hacker, caso tenha alguma tentativa de fraude o banco tem uma equipe preparada e estruturada pra combater isso.”
Diogo também reforçou os cuidados com as senhas “pessoais e intransferíveis”. No PIX, você irá criar uma chave através de seu banco ou fintech financeira e lá você cadastra seu CPF, número de celular e e-mail. Quando for efetuar uma transferência, precisa de um desses dados ou de um Qr-Code gerado através do PIX no aplicativo.
”Eu sempre falo aos meus clientes: senhas e esses dados bancários são pessoais e intransferíveis. Então muitas vezes que a gente vê golpe ou fraude, geralmente o cliente facilita esse acesso do bandido, do fraudador, então se a gente tiver essa cultura mais enraizada de não fornecer senha, de não deixar anotado no papel, esse risco seria mitigado, mas o banco tem também uma forte segurança sobre isso então acho que o PIX vai fazer com que aconteçam menos fraudes”
Se destacando dentre os demais serviços por conta da instantaneidade das transferências e a praticidade para o cliente, essa nova aposta do Banco Central promete revolucionar o mercado financeiro.
“O que acontece hoje, o cliente quer enviar uma TED, um DOC, pagar um boleto, existe um período de processamento, a TED que o Banco Central tem hoje é de até 30 minuto por exemplo, o DOC 24 horas, o pagamento de boleto leva até 48 horas pra ser processado então com o PIX essas transações vão ser online e instantâneas e elas vão funcionar 24 horas por dia durante toda a semana, não vai ter feriado, não vai ter final de semana, entendeu? Então assim, isso vai agilizar e facilitar muito o mercado financeiro", finaliza Tribuzi.
O impacto do PIX entre os MEIs
Para pessoas físicas e os MEIs (Microempreendedores Individuais) as transações serão isentas de tarifas. Por conta de sua praticidade, o PIX facilita o trabalho desses profissionais. Confira agora quais as expectativas e como os microempreendedores estão vendo o PIX.

Para César Mancini, mineiro e empresário do ramo digital, é de extrema importância que os empresários tenham a possibilidade de realizar transferências bancárias a qualquer momento. Ele já cadastrou a chave do PIX tanto em sua conta pessoal quanto de suas empresas. “Já estava passando da hora de ter essa funcionalidade mesmo” afirma César. “Eu digo que a possibilidade de realizar transferências sem ter horário, seja no final de semana, sábado e domingo é muito importante para qualquer tipo de negociação.”
César exemplifica como com a ajuda do PIX poderá ajudar na realização de uma venda. “A venda ela acontece na emoção, então se você fechar um negócio no domingo e a pessoa ainda não pagou ou seja o negócio ainda tá semifechado, as chances daquela pessoa chegar em casa e conversar com outra pessoa dá tempo de ela mudar de ideia e dificilmente ela volte na segunda feira pra pagar pois já vai ter passado aquela emoção da venda sendo realizada, então se a gente não tem esse empecilho de horário, de dia de nada, é muito mais fácil concluir… Ah, hoje é domingo, não consigo te transferir. Pois agora com o PIX a gente vai conseguir receber a qualquer horário e isso facilita muito as negociações”, conclui Mancini.

Maria Letycia, microempreendedora cearense e fundadora da Eco for Eva, empresa de bioabsorventes, também já cadastrou a chave do PIX. Com o PIX estima-se que a emissão de boletos seja reduzida de forma significante, o que demonstra que essa inovação veio para ajudar não só os empreendedores, mas também ao planeta com a redução da produção de papel para os boletos. Para a empreendedora cearense, o PIX pode ajudar até na diminuição da lavagem de dinheiro.
“Eu acredito muito que diminuindo a quantidade de dinheiro em espécie sendo trocado pode diminuir muito a questão da lavagem de dinheiro, pode diminuir muito a questão de roubos pois muitos empreendedores não vão precisar mais ter um caixa físico a disposição e não vão precisar ter troco então pode facilitar muito essa questão da segurança e facilitar muito para as empresas, porque elas vão ter a possibilidade de crescer sem precisar de fato ter aquela troca presencialmente…”
Ela acredita que através dessa novidade e devido à facilidade de vender virtualmente, as empresas agora terão maiores chances de expandir seus produtos para diferentes locais do país.
“Por exemplo: eu conheço muitas empresas que só fazem venda presencial, o cliente tem que ir até o vendedor pra poder pagar com dinheiro em espécie. Tendo essa opção, o próprio vendedor vai poder fazer vendas à distancia e pode até expandir as vendas pra outros lugares do Brasil.”
A empreendedora finaliza dizendo: “Quando um pequeno empreendedor cresce, a economia cresce, porque é a gente que move ela.”.

João Emanuel também é microempreendedor e vem buscando facilitar ao máximo a vida de seus clientes. Além de focar nas vendas virtuais o fortalezense deseja que os consumidores de seus produtos tenham uma boa experiência na hora da compra, então, para ele, o PIX vai poder ajudar nisso.
“Influencia positivamente no meu negócio pois, como eu disse, vai dar uma maior abertura para o cliente finalizar o pedido dele com a gente sem muitas vezes ter um custo maior no caso de uma transferência bancária. Então é algo assim, muito positivo e que vai nos ajudar muito, principalmente na questão de ganhar mais clientes, de facilitar o negócio, facilitar pagamentos, até porque, principalmente, nessa época de pandemia, muitas pessoas pedem as coisas via internet e 90% das minhas vendas são pagamentos online.", afirma Emanuel.
Nesta matéria podemos ver que o PIX chegará ao Brasil no dia 16 de novembro e trará consigo muitos benefícios para os empreendedores e microempreendedores brasileiros. Após o uso dessa nova ferramenta, poderemos ver se essas expectativas serão atendidas ou não.



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