Início de outubro registra mais queimadas que o primeiro semestre no Ceará
- Expresso UFC
- 5 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Por Denyse Mendes

Desde janeiro até outubro, o Ceará já registrou aproximadamente 1048 focos de queimadas no estado. Setembro foi o mês com maior número de casos com 440 focos registrados, superando a soma dos meses anteriores. Em julho, o governo estadual decretou emergência ambiental para combater incêndios florestais e queimadas.
A técnica da queimada é uma prática usada no Ceará para preparar a área de plantio, principalmente no segundo semestre do ano, que marca o fim da quadra chuvosa. O período sinaliza um aumento das temperaturas, clima mais seco e baixo índice pluviométrico, condições que favorecem os incêndios. A prática promove, ainda, poluição visual e do ar a curto prazo e pode também causar a desertificação do solo a longo prazo.
Com o decreto que instaura o estado de emergência ambiental no estado, a Secretária do Meio Ambiente do Ceará (Sema) passa a ter autorização para contratar brigadistas ambientais nas unidades de conservação estaduais. A medida, implementada pela primeira vez no âmbito estadual, foi incentivada pelo aumento de focos de incêndio e vale até janeiro de 2021.

Danos
De acordo com o professor de Geografia, Marlon Barros, as queimadas provocam a retirada de recursos importantes do solo como potássio e nitrogênio, fundamentais para o desenvolvimento das plantas. Além disso, acaba com os microrganismos necessários para a vegetação, causando também a degradação do solo. As cinzas formadas podem poluir o terreno e os lençóis freáticos da região, modificando o pH do solo e contribuindo para o aquecimento global.
Dados do Sistema de Informações Ambientais Integrado a Saúde (SISAM) relacionam a exposição à fumaça resultante das queimadas com efeitos graves para a saúde, como doenças respiratórias e cardiovasculares, principalmente em crianças e idosos.
Alternativas
Barros aponta caminhos que podem substituir as queimadas, o primeiro deles é a pastagem ecológica, que consiste em dividir a área em vários piquetes, com rotatividade de animais. Há tempo suficiente para a recuperação da vegetação e para a disseminação de sementes. Essa técnica não utiliza fogo e ainda recupera a área degradada, além de ser de baixo custo.
Outra forma é o sistema agroflorestal, que consiste em um plantio de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área, tendo assim uma mistura de várias espécies. As vantagens deste método são o aumento da biodiversidade, a diminuição da erosão e a conservação das nascentes.
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