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Fortaleza tem aumento de 65,8% no número de casos de dengue, comparado a 2019

  • Foto do escritor: Expresso UFC
    Expresso UFC
  • 4 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Apesar do período de pandemia e da preocupação com o novo coronavírus, o número de casos de dengue no estado aumentou e requer mais cuidado



Por Patrícia Morais e Taynara Lima


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Imagem de Nuriyah Nuyu por Pixabay


Segundo boletim epidemiológico emitido pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) em setembro, neste ano, o número de casos na região de Fortaleza atingiu 7.149, aumento de 65,8% comparado aos 4.311 pacientes no ano de 2019. Além disso, o número no estado chegou a 17.108, registrando um aumento de 21,9% em relação ao igual período do ano passado.


O biólogo e epidemiologista Carlos Alencar, professor de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica sobre esse salto no número de pacientes. “A dengue é uma doença que pode ser causada por quatro sorotipos diferentes que, muitas vezes, se alternam de tempos em tempos na população. É como se eles fossem vírus diferentes que causam a mesma doença. Esses tipos virais podem passar muito tempo sem se manifestar na população e reaparecer de forma rápida levando a um aumento inesperado no número de casos. No ano de 2020 e, provavelmente, para 2021, o sorotipo 2, que esteve ausente por mais de dez anos, voltou a circular no estado do Ceará e isto poderá levar a um aumento no número de casos, dado que há uma grande parcela da população que não teve contato anterior com esse sorotipo.”, afirma.


“Sabe-se ainda que o mosquito transmissor, Aedes aegypti, tem hábitos domiciliares e, o fato de ter havido um isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, em que as pessoas tiveram que permanecer mais tempo em sua residência, pode ter aumentado a probabilidade de contato entre o vetor e o ser humano. Tal interação facilitaria a transmissão da doença e poderia elevar o número de casos em algumas regiões do estado do Ceará.”, ressalta o biólogo.



Sintomas


Carlos também aponta a diferença entre os sintomas causados pelo vírus da dengue e o novo coronavírus. “O sintoma mais semelhante entre a dengue e a Covid-19 é a febre, mas os demais sintomas são diferenciados, visto que a Covid é uma doença do trato respiratório, enquanto a dengue é uma doença mais sistêmica”.

Os principais sintomas da dengue são: febre alta, dor de cabeça, diarreia, manchas vermelhas na pele, dores nas articulações e, em alguns casos mais graves, hemorragias.

Ainda de acordo com o boletim da Sesa, os casos confirmados de dengue ocorreram predominantemente nas faixas etárias de 20 a 49 anos, com 55,4% (9.477/17.108) dos casos, e no sexo feminino, com 54,5% (9.320/17.108) dos casos.


A professora de yoga Mariana Maciel (40), por exemplo, foi um dos casos de pacientes de dengue neste ano. “Eu tive dengue no começo de abril. No início dos sintomas eu não procurei atendimento, pois estava com medo da Covid, mas os sintomas da dengue se intensificaram e eu fiquei preocupada com o que poderia ser. Fui ao hospital e o diagnóstico foi importante, porque tomei soro e isso minimizou os sintomas”, conta a professora.


Além disso, Mariana aponta que, por conta da pandemia, as pessoas esqueceram dos cuidados com a dengue. “A mídia só falava de Covid e as pessoas esqueceram da dengue. Quando eu estava no hospital, os médicos comentaram como a dengue também é perigosa. Voltei para casa e alertei meus vizinhos: “Gente, vamos ter cuidado. Nós estamos presos, mas o mosquito está solto por aí”.

Cuidados


O Aedes aegypti é um mosquito doméstico e sua reprodução ocorre em depósitos de água parada, como: tanques, tambores e caixas d’água. O mosquito adulto coloca seus ovos nas paredes desses depósitos e desses ovos saem larvas que sobrevivem dentro da água por aproximadamente 10 dias, quando passam para o estágio de adulto. Assim, a forma mais eficaz de combater a dengue é controlando o vetor.

Diante disso, a população tem papel fundamental na diminuição e controle da dengue. Entre algumas medidas de prevenção, estão:

  • Limpeza semanal de depósitos de água, lavando as paredes internas e eliminando a água residual.

  • Cobrir caixas d’água, cisternas e poços.

  • Lavar vasilha de água do bicho de estimação.

  • Manter lixeiras tampadas.

  • Colocar telas em portas e janelas.

  • Limpar ou preencher vasos de plantas com areia.

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